A beleza de ser você mesma

Mais do que colaborar para construir mitos e mais mitos sobre o que uma mulher deve ou não ser pra ser feliz, o que mais me agrada em blogs e, em ter um próprio, é ajudar a desconstruir tudo isso. Felicidade não é receita de bolo e não existe um conceito dela que sirva pra todo mundo, por uma simples razão: somos diferentes.

Tudo o que trata o ser humano de forma massificada me incomoda, porque não liberta o pensamento, nem valoriza a individualidade. É cansativo - muito cansativo mesmo - entrar em uma porção de portais voltados ao público feminino e se deparar com um montão de bobagens, como inúmeras dietas milagrosas da vez, listas "must have" (o nome já me irrita, por que eu "must"? Apenas diga que o produto existe...), dicas infalíveis para conquistar seu homem (como se todos eles fossem iguais e estivessem buscando o mesmo tipo de mulher) e tantas idiotices que tratam as pessoas como se elas tivesses sido feitas em série, todas iguaizinhas.  Como se elas não tivessem cérebros e personalidades distintas e interessantes, além de aspirações diferentes.

Acredito sim que dá pra criar conteúdos melhores que falem com a diversidade, sem apelar do jeito que tão frequentemente se apela. A busca pelo sucesso, ou números de cliques, tem limites e eles deveriam esbarrar na seguinte pergunta: "o quanto isso realmente contribui para melhorar a vida de alguém?"

Por isso, adorei ver uma revista do porte da ELLE Brasil, consagrada como é, trazer em sua capa a blogueira Juliana Romano, plus size, numa foto sem photoshop e mostrando todas as suas gorduras.

Achei a iniciativa legal porque é libertadora em muitos sentidos, não apenas em relação à peso. É um sopro de ar fresco! Porque, no final das contas, tanto faz se você é magra, ou gorda, ou quer emagrecer, ou não quer, ou tantas outras coisas. Como cada um deseja ser, ou ainda, como cada um se gosta, é algo particular, individual. O que eu achei incrível foi o sinal de respeito a isso, vindo de um grande veículo. Foi essa sinalização de que talvez essa era da ditadura da beleza esteja chegando ao fim, e esses conceitos estejam, finalmente,  se democratizando mais.

Tem algo que Ju Romano escreveu em seu post, no blog Entre Topetes e Vinis, que eu adorei:

"Bom, o que eu mais ouvi dos meus amigos e parentes foi “Uau! Que coragem!”… Mas vejam, eu não preciso de coragem para ser eu mesma! "

E viva a nossa coragem de sermos nós mesmas! Não há nada mais incrível e necessário nesta vida do que isso!

Fonte: juromano.com

Fonte: juromano.com