O mestre dos cordéis

Uma riqueza do nosso patrimônio cultural, a Literatura de Cordel produz criativas histórias populares, sempre ilustradas por belíssimas gravuras. A estética original e encantadora dessas ilustrações, ganhou espaço no gosto do público e ultrapassou as páginas dos folhetos, ao longo da história desta arte, ocupando paredes de museus internacionais e de casas bem decoradas.
E como não tem como falar de Literatura de Cordel, sem se referir a um de seus grandes mestres, vamos prestigiar  J. Borges!

José Francisco Borges, nasceu em Bezerros (PE), em 1935. Filho de agricultores, trabalhou na roça desde pequeno e exerceu diversos tipos de trabalhos até fazer o seu primeiro cordel em 1964, aos 29 anos. Na época,  folheto “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina” vendeu 5 mil exemplares, em 2 meses.

Artista autodidata, resolveu entalhar um pedaço de imburana para ilustrar suas próximas histórias. E foi desta forma que se tornou um xilogravurista, a função que mais lhe trouxe prestígio. Com o tempo, passou a ilustrar também as histórias de outros cordelistas e a receber pedidos de xilogravuras de diversas partes do país.

Destaques da carreira de J. Borges

- Xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo

- Já expôs nos EUA, México e países da América do Sul, além de mais de 20 países europeus

- Já ganhou espaço no New York Times, como um grande artista popular

- Ilustrou capas de cordéis, discos e livros, entre eles, "As Palavras Andantes", do escritor uruguaio Eduardo Galeano.

- Desenvolveu uma técnica própria para criar xilogravuras coloridas

Mas o que é mesmo a Literatura de Cordel?

Esta literatura surgiu na Idade Média, como uma forma impressa de trovas, poemas e até mesmo peças de teatro. O nome veio de Portugal, onde os folhetos eram pendurados em cordas, também chamadas de cordéis.

No Brasil, a Literatura de Cordel começou a ser produzida em meados do Século XIX. Apesar de ser uma herança portuguesa, aqui ela floresceu com identidade e linguagem próprias, se consagrando como uma arte tipicamente nordestina.

Os folhetos são formados por versos rimados e declamados de forma melódica. Os temas variam bastante, podendo abordar lendas criadas pelo povo, momentos históricos, religiosidade, coisas do cotidiano e, é claro,  histórias de amor <3

Arte Popular do Brasil: J. Borges

J. Borges | MUSEU DE ARTE DO RIO | Dasartes

Arte Popular do Brasil: J. Borges

A arte de J.Borges" na Caixa Cultura Sé | Pintura animal, Illustration,  Desenhando retratos