O Oceano no Fim do Caminho
Devorei O Oceano no Fim do Caminho em apenas dois dias. Como acontece com quase tudo que leio de Neil Gaiman, adorei. A narrativa é tão envolvente, que eu simplesmente não conseguia desgrudar meus olhos da história. É sempre assim. Adoro livros de fantasia / literatura fantástica de uma forma geral, mas , os de Neil Gaiman, eu adoro de forma especial : sou super fã mesmo.
A história desse livro começa com a viagem do protagonista à Sussex, na Inglaterra, lugar onde passou sua infância e onde ainda possui família. Ao revisitar sua cidade de origem, uma das mais importantes memórias desse período é trazida à tona: o suicídio cometido por um dos inquilinos de seus pais. Este episódio do passado, que chacoalhou sua pacata rotina aos 7 anos, trazendo uma série de perigos, faz com que o garoto procure a ajuda de 3 mulheres muito acolhedoras (e bem esquisitas) que moram no fim de sua rua. A partir daí, uma grande amizade se forma e o apresenta a um mundo sobrenatural e repleto de mistérios. Entre eles, um oceano de conhecimentos que fica dentro de um simples laguinho.
O Oceano no Fim do Caminho, mistura mitologia e imaginação com as próprias memórias do autor, que considera o livro seu trabalho mais pessoal, embora não se trate de uma auto-biografia.
As aventuras e descobertas do garoto, em meio a esse mundo mágico e muito assustador, são deliciosas de ler. E uma das coisas mais interessantes é o fato de ele passar por todo esse turbilhão de acontecimentos mantendo segredo de seus pais. Como se o garoto entendesse que a verdade aterrorizante escondida por trás das coisas aparentemente normais fosse um golpe tão forte para os adultos, que caberia a ele, um garotinho, ser o valente protetor de sua família. Uma inversão de papéis, onde a criança é a figura corajosa da história.